A educação brasileira passa por uma crise
profunda, mas, ao mesmo tempo existe uma riqueza de propostas pedagógicas para
aprimorar diferentes estratégias de aprendizagem comparado aos anos 70 ,80 e 90
percebemos avanços de tecnologias e propostas presentes nos livros didáticos,
com muita riqueza de dados e aproximação de pesquisas acadêmicas recentes. Os
novos livros didáticos são ricos em informações,
imagens e exercícios e a internet, algo impensável para chegar ao publico comum
no passado, oferece uma gama de ferramentas de pesquisas e acesso a
diferentes modelos de aulas, assuntos e, sobretudo, atualidades.
Mas o que está acontecendo então? Temos tantos
professores afetuosos, abertos e qualificados para imprimir novos conceitos de
aula e metodologias diferentes para oferecer ao aluno oportunidades para o
crescimento do seu rendimento escolar. Outro dado importante situa nos
investimentos, recentemente foi decretado investimentos de 10 % do PIB
nacional, traçando como meta 10 anos, numa clara intenção de melhorar o sistema
educacional brasileiro em 1997, por exemplo, conforme indica o portal do
Ministério da Educação e Cultura o país gastou quase 45 bilhões de Reais em
investimentos na educação EQUIVALENTE A 5,13 % DO NOSSO PIB. O problema é mesmo
pouco dinheiro? Quanto de dinheiro público já é destinado para essas áreas tão
importantes? A título de ilustração, o gasto público em educação nos Estados
Unidos no mesmo período foi de 4,9% do PIB e o da Alemanha, de 4,7%:
“O gasto público com educação realizado pelas
três esferas de governo no País, no ano de 1997, foi de R$ 44,4 bilhões, o que
correspondeu a 5,13% do PIB1 . A esfera estadual participou com 44,8% do gasto
total2 ; a municipal com 27,2 % e a federal com 28,0% (Biasotto et allii,
1999).”
Fonte:portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/consideracoes.pdf
É verificável um conjunto de fatores
que são obstáculos à educação que estão intimamente ligadas a política,
economia, e a moral. Na primeira, a existência de uma política no qual percebe
na atuação política o sucateamento do Estado e a consequente má administração
dos recursos destinados a educação, onde retiram investimentos vitais que
poderiam ser usados na promoção, qualificação, valorização salarial dos
professores e a implantação de itens básicos na infraestrutura escolar
banheiros e ampla disponibilidade de pontos de aguas com bebedouros, salas
confortáveis e climatizadas, bibliotecas, salas para recursos audiovisuais. Os
recursos e a infraestrutura adequadas são imprescindíveis para que professores
executem seu trabalho com qualidade e educandos se concentrem e se dediquem aos
estudos. É notável a despreocupação
política sobre esses itens importantíssimos, ausência clara da vontade
política, que apenas utilizam belos discursos em suas campanhas políticas, que
ignoram o fato de que os espaços de apoio didáticos são fundamentais para um
bom desempenho escolar. É sabido que as diversas escolas espalhadas por todo o
país e estão caindo aos pedaços e sem infraestrutura mínima para receber os
alunos de diferentes idades que tem o direito de aprender. Onde está o dinheiro
público?
“Apenas
0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino,
isto é, têm biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva,
laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudante... ”
Se na política a falta da vontade política
impera sobre a educação a economia também sangra o setor através de três
vertentes, além da má administração do dinheiro público destinado, citados no
paragrafo acima, na primeira vertente consideramos os resultados da macro política,
caracterizada por sucessivos maus resultados e ciclos de crise econômicas
presentes na economia brasileira sempre acompanhadas também por escândalos de
corrupção, epidêmica e enraizada na cultura brasileira.
Será tão difícil entender que a
"privatização" é unicamente oportunidade de negócios e não de
aprimoramento da prestação de serviços públicos Será que a lição dos
transportes públicos como concessões de transporte coletivo e ferroviário,
assim como a telefonia não serve de exemplo? E quem está falando em estatização
da economia? Ah, você é contra a empresa pública do Estado, mas é a favor da
empresa privada mamar nas tetas do Estado... Entendi. E como compreendi o
discurso de quem defende o Estado Mínimo, impõe dizer que você não está
preocupado com a qualidade do serviço prestado, mas em defender uma postura
ideológica liberal ou neoliberal, conforme o gosto.
“Apesar do investimento público total
ser alto, proporcionalmente, em relação aos outros países, o gasto brasileiro
anual por aluno da educação básica ainda é baixo, na comparação. O Brasil
gastou cerca de 3.000 dólares anuais por aluno da educação básica, enquanto, em
média, os países da OCDE investem cerca de 8.200 dólares por aluno dos anos
iniciais, 9.600 por aluno dos anos finais e 9.800 por aluno do ensino médio.”
Fonte:http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/11/brasil-investe-mais-em-educacao-diz-ocde-mas-
abandono-ainda-e-alto.html
Há várias facetas do mau uso conceitual
sobre os investimentos no setor a primeira está intimamente ligada a cobrança
de indicadores associados a evasão escolar, ao meu entendimento um erro
grotesco porque apenas tratam a evasão escolar como medição de números que mais
tarde servirão de estatísticas e discursos politizados “ a frequência melhorou e estamos oferecendo como a lei manda o acesso
escolar”, ou seja, a maioria desses jovens são apenas números, nada mais.
Não há qualquer preocupação com a qualidade do serviço prestado e para
complicar a vida dos professores, uma serie de regras que praticamente obrigam
a presença desse aluno-número cuja importância é apenas fazer parte futuramente
de algum índice presente em gráficos. É lógico que tudo é apresentado de forma
positiva. A abertura de salas também está associada ao número de matriculados e
tal fato, espreme a situação do professor porque sem salas haverá diminuição do
seu salário.
Um elemento de vital importância para os
resultados negativos do desempenho de inúmeras escolas está fundamentada na má
interpretação do ECA, que em sua busca em garantir a dignidade da pessoa humana
no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente acaba também contribuindo
para a má formação de vários jovens cujos pais se apegam apenas no que tocam
aos direitos. O responsável aciona o ECA e esbraveja “MEU FILHO TEM DIREITO”
sem reconhecer ou mesmo valorizar que dentro de uma escola há regras a serem
respeitadas, há outras pessoas que possui sonhos. Fato agravado com a péssima
ideia de atrelar a bolsa família com a frequência escolar. Sabemos que os
índice relacionados à frequência escolar melhorou muito com a associação ao
Bolsa Família, entretanto, tal atitude não veio acompanhado de uma exigência
pela qualidade do uso do espaço escolar público. Eu sempre defendi a ideia de
que a escola pública é um espaço de interesse e uso coletivo, aberto a todos,
mas, de interesse privado, portanto, deveria ser cobradas ações dos
responsáveis sobre a conduta dos seus filhos dentro dos espaços escolares,
incluindo a possibilidade de corte do beneficio em caso de indisciplina escolar
contínua.
Muitas escolas particulares tornam- se
reféns dos pais que “pagam’ mensalidades já que muitos acreditam que o seu
investimento está literalmente associado a possibilidade irredutível do seu
filho obter por aprovação, sem contestações, quase que automática das séries
que eles cursam. Apesar de não ser todas as escolas, HÁ EXCEÇÕES, muitas
escolas vulneráveis as sucessivas crises
econômicas deixando-as reféns das
mensalidades pagam por seus pais. Compreendo que há coexistência de dois
problemas que contribuem para o mau resultado escolar tanto em índices gerais,
números da nação, como no aspecto individual logo, é necessário refletir os
problemas presentes educação brasileira causada pela má política e má gestão do
erário público por partes daqueles que nos governam associados sempre à crise
de valores atingem patamares absurdos já que muitos pais não conseguem, e
muitos negligenciam, educar com consistência os seus filhos, onde muitas vezes
“acham bonito ser feio” em alusão ao comportamental.
E para ser sincero o bastante temos que
criar em caráter emergencial uma secretaria específica que
deliberem/reflitam/observem/discutem e propõem leis especificas e em especial
trabalhando em conjunto com o Ministério da Justiça tendo em vista, cobrar em
forma estatutos uniformizações de comportamentos em sala de aula. O objetivo
seria elabora leis que funcionariam como regras de convívio escolar.
22/08/2016 13h32 - Atualizado em 22/08/2016 13h32
'Estou com medo', diz
professora agredida em escola de Porto Alegre
Educadora sofreu fraturas após ter
sido agredidapela irmã de um aluno.
Professora prefere não ser identificada por medo de novas agressões.
Professora prefere não ser identificada por medo de novas agressões.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/08/estou-com-medo-diz-professora-agredida-em-escola-de-porto-alegre.html
Em sala de professores é comum
discutirmos ou mesmo “chorar pitangas” sobre acontecimentos cotidianos em sala
de aulas ou mesmo troca de experiências e aprendizados e numa dessa conversas
sobre os rumos dos jovens conversei com o professor de Física e matemática, com
formação em humanas (Relações Sociais)Wagner
, que também é policial, vasta experiência em sala de aula ultrapassando
30 anos de magistério percebe o quanto
dos comportamentos indolentes são apresentados em outras facetas criminosas,
mas que são tão comuns cotidianamente em diversas salas de aula e todas elas
começam no desrespeito aos professores que na verdade nada mais é do que a
reprogramação de um comportamento que vem desde
seu lar formador, a família. Ao aprofundar as conversas o experiente
professor me apresenta um estudo realizado há anos por uma faculdade de São
Paulo:
“ Notadamente existem dois modelos de
escola que deram certo no mundo: uma, a finlandesa e norueguesa valoriza a
participação dos pais no qual as famílias participaram ativamente do dia dia da
escola cujo valores disciplinares são valorizados e compartilhados dentro das
famílias no qual trazer seus filhos
alfabetizados e sabendo as operações básicas da matemática são reflexos da sua
própria cultura. E a outra , concentra-se nos valores disciplinares que parte
da do principio que a disciplina e a concentração são cobranças vindas da
própria família, onde os resultados são cobrados mesmo que exista as famosas
palmadas realizadas pelos seus pais: a disciplina, atenção e respeito ao
professor são os valores máximos presentes na educação coreana”
E no Brasil? Sem qualquer direção. É o país
onde se pode tudo e se quer tudo, sem qualquer devolutiva e respeito ao próximo
e ao uso dos espaços públicos sejam eles direcionados a educação ou ao lazer,
basta perceber as inúmeras praças publicas e escolas destruídas pelo vandalismo
juvenil. Muitas crianças fazem barulhos dentro de cinemas em plena sessão sem
qualquer intervenção dos seus responsáveis, muitos pais adulteram atestados
médicos para permitir, sem pagar pelo segundo exame, que seu filho realize a
prova sem pagar. Tal fato é gravíssimo porque incentiva o seu filho a não
encarar a vida assumindo responsabilidades e autonomia e ao mesmo tempo
delibera na vida deles o famoso “jeitinho brasileiro”.
http://reflexoescotidianoreal.blogspot.com.br/2012/02/desonestidade-em-nossos-sentimentos.html
E como a escola deve-se posicionar
diante da crescente incorporação de crianças e jovens nos sistemas educacionais
públicos? Faz necessário então que nesse contexto as reflexões sobre a melhoria
de qualidade da educação assim como a sua melhoria devem estar pautadas sobre
reformas educacionais que envolvam aspectos pedagógicos quanto organizacionais
dos sistemas de ensino e dentro dessas reflexões há uma necessidade latente em
se definir as regras dom uso do espaço público onde fiquem claramente definidas
as responsabilidades de uso tanto dos pais, alunos, professores,
administradores e gestores de todas as unidades escolares desse país e,
sobretudo, que haja uma centralização das regras de convívio e uso do espaço
público, UNIDADE ESCOLAR DE ENSINO, estendo também as escolas particulares.
É necessária, de forma urgente, a redefinição
de cidadania em nosso país no qual se valorize também respeito aos deveres
porque é necessário compreender todos os direitos que possuímos como cidadão,
entretanto, tem que devolver os direitos recebidos através da manifestação do
respeito, DEVERES. Um país que tem o lema “ORDEM E PROGRESSO’ não poderia de
forma alguma aceitar a desordem na sala de aula e, sobretudo, reconhecer que
sem disciplina dentro do sistema educacional brasileiro não haverá progresso
algum sem a percepção, e aceitação, do conjunto de direitos e deveres debatidos
e inclusos em nossos contratos sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário