domingo, 26 de março de 2017

A formação começa em casa: QUEM AMA EDUCA!


  Não há dúvidas de que a indisciplinar escolar está associada à criação que milhares de jovens estão recebendo, uma educação caracterizada pela negligência, pelo abandono e pela instabilidade presente nos lares que vivem, em especial nas grandes periferias, não quer dizer lógico que o mesmo fator não ocorra na classe média ( por lá as coisas são camufladas). O que percebemos é um excessivo zelo promovido por diversos responsáveis que procuram compensar a vida difícil com mimos ou invariadas compensações materiais, entretanto, com pouco enfoque sobre regras de convívio social e respeito às normas básicas de convívio.

   Ao que parece o tempo em que os pais se preocupavam coma formação moral de seus filhos está desaparecendo, até mesmo a vergonha pela negligência e abandono da responsabilidade de criar um filho que era notável em décadas passadas parece inexistir. Outro traço perfeitamente verificável nos ditos “pais modernos” é a ausência de um comportamento pautado por valores morais, em especial os mais jovens, contribuindo assim para uma formação instável, pobre de valores e, sobretudo, totalmente marcada pela negligência. É visível para muitos professores, no país inteiro, um fenômeno social que se apresenta em diversos comportamentos inadequados e são também comportamentos idênticos aos seus pais, ou seja, reproduzem a falta de educação, preparo e equilíbrio dos seus próprios pais. É um reflexo direto da instabilidade de seus lares muitas vezes doentios. Um lar doente produz um ser doente!

    Recentemente internautas se comoveram ao ver as cenas repugnantes de uma mãe que agredia a vice- diretora de uma escola pública em Campinas e o motivo era: “NÃO QUERO QUE ABORREÇAM MEU FILHO, POIS ELE É SANTO E NÃO FAZ NADA QUE DESAGRADE EM SALA DE AULA.”.
    O que muitos pais não compreendem é que os maus vícios precisam ser identificados e cortados logo nos primeiros anos de vida. Quantos e quantos professores já testemunharam vários pais “acharem graça dos comportamentos inadequados de seus filhos” em especial os pequeninos falarem palavrões e também muitos até postam nas redes sociais como se fosse um lindo espetáculo. Promover graça daquilo que é desagradável e feio. Na verdade muitos agem sem a consciência da importância da necessidade de corrigir erros comportamentais logo desde pequenos, ou seja, “aparar as asas” como os antigos acreditavam ser o correto. O que temiam os pais das décadas passadas? Temiam ser reprimidos pela sociedade caso criassem monstro que cresceu e causa tanto trabalho. Eram adeptos da ideia de que “não é bonito achar feio” e o feio para eles se referia aos comportamentos errantes e pequenas transgressões do valor que cada família possuía.
  Em minha experiência vivenciada em diversas escolas possuo dois exemplos notáveis: a primeira trata-se de um aluno do oitavo ano que por não aceitar os limites impostos pelo professor, talvez o único adulto na vida deles que tenha feito isso, solicitando que o educando respeitasse o desenvolvimento das atividades da aula. Cansado e irritado, e de posse de uma arrogância colossal e falta de humildade “xingou” o professor  com tantos palavrões. A surpresa foi o comportamento do seu pai que exigia provas do ato que o seu filho realizou e menos preocupado com as ações tomadas por seu filho. Disse ele que não acreditava 100% no professor, que o seu filho era integro e não fazia nada daquelas coisas. Na época a direção, não apoiava uma disciplina rígida e o ato acabou ficando em branco, apenas passou por uma advertência verbal, e no dia seguinte lá estava o jovem impune e pronto para transgredir novamente. Passado exatos 5 anos, o jovem ainda cursava o segundo ano e foi preso por assalto a mão armada ( na verdade uma arma de brinquedo) e o talentoso pai conhecedor do seu filho ainda sim dizia que era injusto a sua prisão, pois, para ele a arma não passava de um brinquedo. E perdeu uma ótima oportunidade de enxergar ali o problema do seu filho que pode estar indo ladeira abaixo. Passar a mão na cabeça só cria coitadinhos furiosos que acham que sempre têm razão. Educar dói, mas é necessário.

   Um segundo exemplo tratava-se de um brigão que por sempre se passava mãos sobre sua cabeça: os pais o achavam maravilhoso, a direção sempre que podia procurava “culpabilizar” as ações dos professores cobrando ações quase que impossíveis mesmo diante das variadas advertências registradas por diversos professores de  diversas disciplinas, nada significava ou indicava para os gestores e pais que era necessário refletir sobre tais ações, pois, perderam a oportunidade de analisar aquela matéria-prima social , em forma de comportamento, e discuti-la com o corpo docente e os seus responsáveis, NADA FOI FEITO. O tempo foi passando e o educando sem qualquer critério superava os anos letivos com a sua nota cinco, mas nada produzia, o seu rendimento escolar era horrível e abaixo daquilo que chamamos mediano, não escrevia, não possuía recursos vocabulares, pouca capacidade de analise e síntese POR MAIS QUE PROFESSORES SÉRIOS ALERTASSEM nada fora feito e quando chegou próximo dos 17 anos concluía seu Ensino Médio apenas falando palavrões e com onomatopeias vulgares e gírias malandreadas, onde somente o seu grupo de amigos, círculos das “feras sociais” que deixavam de se tornar humanos críticos saudáveis, conheciam.

    Destemido e com seus 5 sentidos gerenciados e dominados por seus instintos, nunca pela racionalidade, afinal lhe fora roubado com tanta animosidade dos seus familiares e péssimos profissionais que acompanharam  ao longo do seu trajeto social a sua formação escolar, acabou se envolvendo com torcida organizada, o último passo para sua destruição. Brigão e aventureiro partiu por acreditar numa vida onde não lhe exigia normas, passou a frequentar delegacias e carros de polícia por causa de diversas brigas e pequenos furtos, resultado da sua histórica facilidade para transgressões que marcaram a sua formação como ser. Os seus “inimigos” tinham o seu mesmo valor e também só ouviam seus instintos, como ele transgrediram os reais valores que as torcidas ensinam (amar seu clube de coração e realizar festas apaixonadas). Numa dessas andanças, um trágico final, onde uma bala intencionada por aquele que atirava carimbou o fim da sua vida. A mãe chorava e questionava, em pleno desespero, por que fizeram aquilo? Procurava encontrar motivos, mas nenhuma explicação confrontava com a sua atuação na formação daquele individuo. O excesso de permissividade, mimos e a não aceitação daquilo que seu filho se transformara. Um homem jovem sem sonhos, sem ética e sem amor próprio.
 O que falta aos atuais pais é falar a verdade mesmo que doa em nossa alma. Ensinar aos seus filhos que a frustração faz parte da vida e que devemos nos tornar forte com elas e superá-las com ações e esforços. Não omita jamais ao seu filho sobre a sua situação social, pois, isso será menos doloroso do que vê-lo infeliz numa cadeia ou sem vida dentro de um caixão ou mesmo, aprisionado pelo mundo das drogas. Muitas vezes as drogas oferecem abrigo e proteção a quem está doente da alma e sozinho sem valores.


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