domingo, 26 de março de 2017

Quais são os benefícios sociais da educação quando existem recursos bem administrados e a coexistência de regras para utilização desses recursos?

 A educação brasileira passa por uma crise profunda, mas, ao mesmo tempo existe uma riqueza de propostas pedagógicas para aprimorar diferentes estratégias de aprendizagem comparado aos anos 70 ,80 e 90 percebemos avanços de tecnologias e propostas presentes nos livros didáticos, com muita riqueza de dados e aproximação de pesquisas acadêmicas recentes. Os novos livros didáticos são ricos em informações, imagens e exercícios e a internet, algo impensável para chegar ao publico comum no passado, oferece uma gama de ferramentas de pesquisas e acesso a diferentes modelos de aulas, assuntos e, sobretudo, atualidades.
 Mas o que está acontecendo então? Temos tantos professores afetuosos, abertos e qualificados para imprimir novos conceitos de aula e metodologias diferentes para oferecer ao aluno oportunidades para o crescimento do seu rendimento escolar. Outro dado importante situa nos investimentos, recentemente foi decretado investimentos de 10 % do PIB nacional, traçando como meta 10 anos, numa clara intenção de melhorar o sistema educacional brasileiro em 1997, por exemplo, conforme indica o portal do Ministério da Educação e Cultura o país gastou quase 45 bilhões de Reais em investimentos na educação EQUIVALENTE A 5,13 % DO NOSSO PIB. O problema é mesmo pouco dinheiro? Quanto de dinheiro público já é destinado para essas áreas tão importantes? A título de ilustração, o gasto público em educação nos Estados Unidos no mesmo período foi de 4,9% do PIB e o da Alemanha, de 4,7%:

 O gasto público com educação realizado pelas três esferas de governo no País, no ano de 1997, foi de R$ 44,4 bilhões, o que correspondeu a 5,13% do PIB1 . A esfera estadual participou com 44,8% do gasto total2 ; a municipal com 27,2 % e a federal com 28,0% (Biasotto et allii, 1999).”
Fonte:portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/consideracoes.pdf
É verificável um conjunto de fatores que são obstáculos à educação que estão intimamente ligadas a política, economia, e a moral. Na primeira, a existência de uma política no qual percebe na atuação política o sucateamento do Estado e a consequente má administração dos recursos destinados a educação, onde retiram investimentos vitais que poderiam ser usados na promoção, qualificação, valorização salarial dos professores e a implantação de itens básicos na infraestrutura escolar banheiros e ampla disponibilidade de pontos de aguas com bebedouros, salas confortáveis e climatizadas, bibliotecas, salas para recursos audiovisuais. Os recursos e a infraestrutura adequadas são imprescindíveis para que professores executem seu trabalho com qualidade e educandos se concentrem e se dediquem aos estudos.  É notável a despreocupação política sobre esses itens importantíssimos, ausência clara da vontade política, que apenas utilizam belos discursos em suas campanhas políticas, que ignoram o fato de que os espaços de apoio didáticos são fundamentais para um bom desempenho escolar. É sabido que as diversas escolas espalhadas por todo o país e estão caindo aos pedaços e sem infraestrutura mínima para receber os alunos de diferentes idades que tem o direito de aprender. Onde está o dinheiro público?

Apenas 0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino, isto é, têm biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudante... ”
 Se na política a falta da vontade política impera sobre a educação a economia também sangra o setor através de três vertentes, além da má administração do dinheiro público destinado, citados no paragrafo acima, na primeira vertente consideramos os resultados da macro política, caracterizada por sucessivos maus resultados e ciclos de crise econômicas presentes na economia brasileira sempre acompanhadas também por escândalos de corrupção, epidêmica e enraizada na cultura brasileira.
Será tão difícil entender que a "privatização" é unicamente oportunidade de negócios e não de aprimoramento da prestação de serviços públicos Será que a lição dos transportes públicos como concessões de transporte coletivo e ferroviário, assim como a telefonia não serve de exemplo? E quem está falando em estatização da economia? Ah, você é contra a empresa pública do Estado, mas é a favor da empresa privada mamar nas tetas do Estado... Entendi. E como compreendi o discurso de quem defende o Estado Mínimo, impõe dizer que você não está preocupado com a qualidade do serviço prestado, mas em defender uma postura ideológica liberal ou neoliberal, conforme o gosto.
“Apesar do investimento público total ser alto, proporcionalmente, em relação aos outros países, o gasto brasileiro anual por aluno da educação básica ainda é baixo, na comparação. O Brasil gastou cerca de 3.000 dólares anuais por aluno da educação básica, enquanto, em média, os países da OCDE investem cerca de 8.200 dólares por aluno dos anos iniciais, 9.600 por aluno dos anos finais e 9.800 por aluno do ensino médio.”
Fonte:http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/11/brasil-investe-mais-em-educacao-diz-ocde-mas- abandono-ainda-e-alto.html

Há várias facetas do mau uso conceitual sobre os investimentos no setor a primeira está intimamente ligada a cobrança de indicadores associados a evasão escolar, ao meu entendimento um erro grotesco porque apenas tratam a evasão escolar como medição de números que mais tarde servirão de estatísticas e discursos politizados “ a frequência melhorou e estamos oferecendo como a lei manda o acesso escolar”, ou seja, a maioria desses jovens são apenas números, nada mais. Não há qualquer preocupação com a qualidade do serviço prestado e para complicar a vida dos professores, uma serie de regras que praticamente obrigam a presença desse aluno-número cuja importância é apenas fazer parte futuramente de algum índice presente em gráficos. É lógico que tudo é apresentado de forma positiva. A abertura de salas também está associada ao número de matriculados e tal fato, espreme a situação do professor porque sem salas haverá diminuição do seu salário.
 Um elemento de vital importância para os resultados negativos do desempenho de inúmeras escolas está fundamentada na má interpretação do ECA, que em sua busca em garantir a dignidade da pessoa humana no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente acaba também contribuindo para a má formação de vários jovens cujos pais se apegam apenas no que tocam aos direitos. O responsável aciona o ECA e esbraveja “MEU FILHO TEM DIREITO” sem reconhecer ou mesmo valorizar que dentro de uma escola há regras a serem respeitadas, há outras pessoas que possui sonhos. Fato agravado com a péssima ideia de atrelar a bolsa família com a frequência escolar. Sabemos que os índice relacionados à frequência escolar melhorou muito com a associação ao Bolsa Família, entretanto, tal atitude não veio acompanhado de uma exigência pela qualidade do uso do espaço escolar público. Eu sempre defendi a ideia de que a escola pública é um espaço de interesse e uso coletivo, aberto a todos, mas, de interesse privado, portanto, deveria ser cobradas ações dos responsáveis sobre a conduta dos seus filhos dentro dos espaços escolares, incluindo a possibilidade de corte do beneficio em caso de indisciplina escolar contínua.
Muitas escolas particulares tornam- se reféns dos pais que “pagam’ mensalidades já que muitos acreditam que o seu investimento está literalmente associado a possibilidade irredutível do seu filho obter por aprovação, sem contestações, quase que automática das séries que eles cursam. Apesar de não ser todas as escolas, HÁ EXCEÇÕES, muitas escolas  vulneráveis as sucessivas crises econômicas deixando-as  reféns das mensalidades pagam por seus pais. Compreendo que há coexistência de dois problemas que contribuem para o mau resultado escolar tanto em índices gerais, números da nação, como no aspecto individual logo, é necessário refletir os problemas presentes educação brasileira causada pela má política e má gestão do erário público por partes daqueles que nos governam associados sempre à crise de valores atingem patamares absurdos já que muitos pais não conseguem, e muitos negligenciam, educar com consistência os seus filhos, onde muitas vezes “acham bonito ser feio” em alusão ao comportamental.
E para ser sincero o bastante temos que criar em caráter emergencial uma secretaria específica que deliberem/reflitam/observem/discutem e propõem leis especificas e em especial trabalhando em conjunto com o Ministério da Justiça tendo em vista, cobrar em forma estatutos uniformizações de comportamentos em sala de aula. O objetivo seria elabora leis que funcionariam como regras de convívio escolar.
22/08/2016 13h32 - Atualizado em 22/08/2016 13h32
'Estou com medo', diz professora agredida em escola de Porto Alegre
Educadora sofreu fraturas após ter sido agredidapela irmã de um aluno.
Professora prefere não ser identificada por medo de novas agressões.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/08/estou-com-medo-diz-professora-agredida-em-escola-de-porto-alegre.html
Em sala de professores é comum discutirmos ou mesmo “chorar pitangas” sobre acontecimentos cotidianos em sala de aulas ou mesmo troca de experiências e aprendizados e numa dessa conversas sobre os rumos dos jovens conversei com o professor de Física e matemática, com formação em humanas (Relações Sociais)Wagner  , que também é policial, vasta experiência em sala de aula ultrapassando 30 anos de magistério  percebe o quanto dos comportamentos indolentes são apresentados em outras facetas criminosas, mas que são tão comuns cotidianamente em diversas salas de aula e todas elas começam no desrespeito aos professores que na verdade nada mais é do que a reprogramação de um comportamento que vem desde  seu lar formador, a família. Ao aprofundar as conversas o experiente professor me apresenta um estudo realizado há anos por uma faculdade de São Paulo:
  “ Notadamente existem dois modelos de escola que deram certo no mundo: uma, a finlandesa e norueguesa valoriza a participação dos pais no qual as famílias participaram ativamente do dia dia da escola cujo valores disciplinares são valorizados e compartilhados dentro das famílias no qual  trazer seus filhos alfabetizados e sabendo as operações básicas da matemática são reflexos da sua própria cultura. E a outra , concentra-se nos valores disciplinares que parte da do principio que a disciplina e a concentração são cobranças vindas da própria família, onde os resultados são cobrados mesmo que exista as famosas palmadas realizadas pelos seus pais: a disciplina, atenção e respeito ao professor são os valores máximos presentes na educação coreana”
 E no Brasil? Sem qualquer direção. É o país onde se pode tudo e se quer tudo, sem qualquer devolutiva e respeito ao próximo e ao uso dos espaços públicos sejam eles direcionados a educação ou ao lazer, basta perceber as inúmeras praças publicas e escolas destruídas pelo vandalismo juvenil. Muitas crianças fazem barulhos dentro de cinemas em plena sessão sem qualquer intervenção dos seus responsáveis, muitos pais adulteram atestados médicos para permitir, sem pagar pelo segundo exame, que seu filho realize a prova sem pagar. Tal fato é gravíssimo porque incentiva o seu filho a não encarar a vida assumindo responsabilidades e autonomia e ao mesmo tempo delibera na vida deles o famoso “jeitinho brasileiro”.
http://reflexoescotidianoreal.blogspot.com.br/2012/02/desonestidade-em-nossos-sentimentos.html
E como a escola deve-se posicionar diante da crescente incorporação de crianças e jovens nos sistemas educacionais públicos? Faz necessário então que nesse contexto as reflexões sobre a melhoria de qualidade da educação assim como a sua melhoria devem estar pautadas sobre reformas educacionais que envolvam aspectos pedagógicos quanto organizacionais dos sistemas de ensino e dentro dessas reflexões há uma necessidade latente em se definir as regras dom uso do espaço público onde fiquem claramente definidas as responsabilidades de uso tanto dos pais, alunos, professores, administradores e gestores de todas as unidades escolares desse país e, sobretudo, que haja uma centralização das regras de convívio e uso do espaço público, UNIDADE ESCOLAR DE ENSINO, estendo também as escolas particulares.
 É necessária, de forma urgente, a redefinição de cidadania em nosso país no qual se valorize também respeito aos deveres porque é necessário compreender todos os direitos que possuímos como cidadão, entretanto, tem que devolver os direitos recebidos através da manifestação do respeito, DEVERES. Um país que tem o lema “ORDEM E PROGRESSO’ não poderia de forma alguma aceitar a desordem na sala de aula e, sobretudo, reconhecer que sem disciplina dentro do sistema educacional brasileiro não haverá progresso algum sem a percepção, e aceitação, do conjunto de direitos e deveres debatidos e inclusos em nossos contratos sociais.

A formação começa em casa: QUEM AMA EDUCA!


  Não há dúvidas de que a indisciplinar escolar está associada à criação que milhares de jovens estão recebendo, uma educação caracterizada pela negligência, pelo abandono e pela instabilidade presente nos lares que vivem, em especial nas grandes periferias, não quer dizer lógico que o mesmo fator não ocorra na classe média ( por lá as coisas são camufladas). O que percebemos é um excessivo zelo promovido por diversos responsáveis que procuram compensar a vida difícil com mimos ou invariadas compensações materiais, entretanto, com pouco enfoque sobre regras de convívio social e respeito às normas básicas de convívio.

   Ao que parece o tempo em que os pais se preocupavam coma formação moral de seus filhos está desaparecendo, até mesmo a vergonha pela negligência e abandono da responsabilidade de criar um filho que era notável em décadas passadas parece inexistir. Outro traço perfeitamente verificável nos ditos “pais modernos” é a ausência de um comportamento pautado por valores morais, em especial os mais jovens, contribuindo assim para uma formação instável, pobre de valores e, sobretudo, totalmente marcada pela negligência. É visível para muitos professores, no país inteiro, um fenômeno social que se apresenta em diversos comportamentos inadequados e são também comportamentos idênticos aos seus pais, ou seja, reproduzem a falta de educação, preparo e equilíbrio dos seus próprios pais. É um reflexo direto da instabilidade de seus lares muitas vezes doentios. Um lar doente produz um ser doente!

    Recentemente internautas se comoveram ao ver as cenas repugnantes de uma mãe que agredia a vice- diretora de uma escola pública em Campinas e o motivo era: “NÃO QUERO QUE ABORREÇAM MEU FILHO, POIS ELE É SANTO E NÃO FAZ NADA QUE DESAGRADE EM SALA DE AULA.”.
    O que muitos pais não compreendem é que os maus vícios precisam ser identificados e cortados logo nos primeiros anos de vida. Quantos e quantos professores já testemunharam vários pais “acharem graça dos comportamentos inadequados de seus filhos” em especial os pequeninos falarem palavrões e também muitos até postam nas redes sociais como se fosse um lindo espetáculo. Promover graça daquilo que é desagradável e feio. Na verdade muitos agem sem a consciência da importância da necessidade de corrigir erros comportamentais logo desde pequenos, ou seja, “aparar as asas” como os antigos acreditavam ser o correto. O que temiam os pais das décadas passadas? Temiam ser reprimidos pela sociedade caso criassem monstro que cresceu e causa tanto trabalho. Eram adeptos da ideia de que “não é bonito achar feio” e o feio para eles se referia aos comportamentos errantes e pequenas transgressões do valor que cada família possuía.
  Em minha experiência vivenciada em diversas escolas possuo dois exemplos notáveis: a primeira trata-se de um aluno do oitavo ano que por não aceitar os limites impostos pelo professor, talvez o único adulto na vida deles que tenha feito isso, solicitando que o educando respeitasse o desenvolvimento das atividades da aula. Cansado e irritado, e de posse de uma arrogância colossal e falta de humildade “xingou” o professor  com tantos palavrões. A surpresa foi o comportamento do seu pai que exigia provas do ato que o seu filho realizou e menos preocupado com as ações tomadas por seu filho. Disse ele que não acreditava 100% no professor, que o seu filho era integro e não fazia nada daquelas coisas. Na época a direção, não apoiava uma disciplina rígida e o ato acabou ficando em branco, apenas passou por uma advertência verbal, e no dia seguinte lá estava o jovem impune e pronto para transgredir novamente. Passado exatos 5 anos, o jovem ainda cursava o segundo ano e foi preso por assalto a mão armada ( na verdade uma arma de brinquedo) e o talentoso pai conhecedor do seu filho ainda sim dizia que era injusto a sua prisão, pois, para ele a arma não passava de um brinquedo. E perdeu uma ótima oportunidade de enxergar ali o problema do seu filho que pode estar indo ladeira abaixo. Passar a mão na cabeça só cria coitadinhos furiosos que acham que sempre têm razão. Educar dói, mas é necessário.

   Um segundo exemplo tratava-se de um brigão que por sempre se passava mãos sobre sua cabeça: os pais o achavam maravilhoso, a direção sempre que podia procurava “culpabilizar” as ações dos professores cobrando ações quase que impossíveis mesmo diante das variadas advertências registradas por diversos professores de  diversas disciplinas, nada significava ou indicava para os gestores e pais que era necessário refletir sobre tais ações, pois, perderam a oportunidade de analisar aquela matéria-prima social , em forma de comportamento, e discuti-la com o corpo docente e os seus responsáveis, NADA FOI FEITO. O tempo foi passando e o educando sem qualquer critério superava os anos letivos com a sua nota cinco, mas nada produzia, o seu rendimento escolar era horrível e abaixo daquilo que chamamos mediano, não escrevia, não possuía recursos vocabulares, pouca capacidade de analise e síntese POR MAIS QUE PROFESSORES SÉRIOS ALERTASSEM nada fora feito e quando chegou próximo dos 17 anos concluía seu Ensino Médio apenas falando palavrões e com onomatopeias vulgares e gírias malandreadas, onde somente o seu grupo de amigos, círculos das “feras sociais” que deixavam de se tornar humanos críticos saudáveis, conheciam.

    Destemido e com seus 5 sentidos gerenciados e dominados por seus instintos, nunca pela racionalidade, afinal lhe fora roubado com tanta animosidade dos seus familiares e péssimos profissionais que acompanharam  ao longo do seu trajeto social a sua formação escolar, acabou se envolvendo com torcida organizada, o último passo para sua destruição. Brigão e aventureiro partiu por acreditar numa vida onde não lhe exigia normas, passou a frequentar delegacias e carros de polícia por causa de diversas brigas e pequenos furtos, resultado da sua histórica facilidade para transgressões que marcaram a sua formação como ser. Os seus “inimigos” tinham o seu mesmo valor e também só ouviam seus instintos, como ele transgrediram os reais valores que as torcidas ensinam (amar seu clube de coração e realizar festas apaixonadas). Numa dessas andanças, um trágico final, onde uma bala intencionada por aquele que atirava carimbou o fim da sua vida. A mãe chorava e questionava, em pleno desespero, por que fizeram aquilo? Procurava encontrar motivos, mas nenhuma explicação confrontava com a sua atuação na formação daquele individuo. O excesso de permissividade, mimos e a não aceitação daquilo que seu filho se transformara. Um homem jovem sem sonhos, sem ética e sem amor próprio.
 O que falta aos atuais pais é falar a verdade mesmo que doa em nossa alma. Ensinar aos seus filhos que a frustração faz parte da vida e que devemos nos tornar forte com elas e superá-las com ações e esforços. Não omita jamais ao seu filho sobre a sua situação social, pois, isso será menos doloroso do que vê-lo infeliz numa cadeia ou sem vida dentro de um caixão ou mesmo, aprisionado pelo mundo das drogas. Muitas vezes as drogas oferecem abrigo e proteção a quem está doente da alma e sozinho sem valores.


quinta-feira, 23 de março de 2017

Educação Pública - Máquina destruidora de sonhos



No ano de 2016, investimos cerca de 5% do PIB em educação, mas porque esse investimento não traz nenhum retorno. Conseguimos colocar 98 % das crianças nas escolas, mas quanto mais frequentam a escola, parece que menos sabem.
Na verdade, não é quantidade que deveria contar e sim, a qualidade, qual o tipo de ensino essas crianças recebem hoje.... Nenhum. Nos preocupamos em coloca-las na escola, mas não nos preocupamos com o que estão aprendendo de fato, o que estamos concedendo a elas. Na verdade, estamos tirando delas, tirando um direito garantido pela nossa Constituição, que é uma educação de qualidade e não de quantidade.
Aprendem os seus diretos, mas não aprendem que tem deveres a cumprir, deveres que cabem unicamente a elas, deveres que deveriam ser ensinados pelas famílias, mas que infelizmente não tem tempo para garantir o aprendizado delas, existe tempo apenas para garantir que o bolsa família não deixará de cair na conta, afinal quem se importa se elas sabem ler ou escrever direito, ou se sabem fazer uma simples conta matemática. Não preparamos nossas crianças para coisa alguma. Pois, na escola ensinamos que todos são iguais, incluímos, mas ao mesmo tempo excluímos, pois não fornecemos condições para que a inclusão ocorra de fato. Temos a educação da permissividade, mas não queremos indisciplina, enfatizamos  que todos tem os mesmos direitos, mas onde ficam os deveres, o respeito, ordem e disciplina...
Não ficam, são completamente desconhecidos por elas, simplesmente porque as ensinamos que não tem problema se não fizer a tarefa, não tem problema, se estudar, no final das contas você será promovida. Fingimos não viver em uma sociedade meritocrata, mas quando saem da escola descobrem que o mundo lá fora, não é como lhes ensinaram. Descobrem que não sabem nada, que passaram anos sendo enganadas, pois não conseguirão alcançar seus sonhos, sem seus próprios méritos...
E para onde vão esses sonhos, se desfazem como areia na palma da mão, com uma política educacional, liberal e falida que não  educa, mas sim deseduca, que não ensina a ter responsabilidade, que transforma sonhos em pesadelos, pois é muito frustrante ver seu direito  de aprender, sendo  tolhido porque a pratica educacional, não  te incentiva em  nada, não ensina a ser um cidadão com senso crítico, consciente e detentor do conhecimento que liberta e que transforma vidas ,e dá o direito de sonhar... e alcançar seu  sonho.
 Já passou da hora, de parar de fingir que nos preocupamos com educação, e realmente dar educação, já passou o tempo de dizer que todos recebem uma educação de qualidade, pois sabemos muito bem que isso não é real, se fosse e se acreditássemos nisso, não precisaríamos das cotas, pois todos conseguiriam de batalhar por uma vaga de igual forma. Precisamos assumir que as universidades públicas não são para os mais humildes, pois sabemos que eles não tem a menor chance, em um vestibular com a educação que recebem.
Está na hora de acordar dessa utopia que é a educação no Brasil, e assumir de verdade, que não oferecemos uma educação de qualidade, que não somos um país de todos, que não somos uma pátria educadora, assumir que nossa educação é uma máquina destruidora de sonhos.

Elaine Rosso Ribeiro.