terça-feira, 14 de outubro de 2014

SISTEMA DE COTAS como reconhecimento do nosso fracasso governamental e também ao débito histórico em relação a grande parcela de nossa sociedade


O sistema de cotas pode ser encarado como uma forma de mascarar a profunda injustiça que a História Brasileira identifica em relação a uma grande parcela do nosso povo. Ao longo dos anos, as profundas e contundentes diferenças entre as classes sociais se acentuaram, principalmente como consequência dos modelos econômicas e pela forma de desenvolvimento promovidos desde o início do período republicano   e até aos  últimos governos, notadamente aqueles que foram orientados pelo receituário neoliberal de governar.  A concentração de renda na pequena parcela da população gerou uma massa de pessoas que não têm as condições econômicas para ter acesso aos bens sociais fundamentais e consagrados na Carta Magna Brasileira.
  Quando se observa, cuidadosamente, o que está definido em Lei, em relação aos direitos do cidadão brasileiro e se compara com o dia a dia têm-se dúvida se a democracia brasileira está se consolidando. Embora hipocritamente anunciado pelos órgãos da mídia que bajulam os governos em troca de favores políticos, negócios e até mesmo empréstimos facilitados. O nosso povo não está vivendo melhor. Isto é falácia.
  Em detrimento do processo de desenvolvimento social, as políticas neoliberais adotadas desde o governo Fernando Collor de Mello e aprofundadas nos dois governos do PSDB de Fernando Henrique Cardoso, acabaram por aprofundar as diferenças e as injustiças sociais.
  É lógico que, se ao longo dos  mais de 500 anos, este foi produzido intencionalmente, nenhum governo, sozinho, poderá reverter este quadro.Em razão disto, há necessidade de que se estabeleça um Pacto Nacional pela educação, no qual, poderemos aceitar tais cotas nas universidades como uma medida com início e término de vigência.
  A nação brasileira e por via de consequência, o Estado Brasileiro, teria o compromisso de investir todas as suas “baterias” no sentido de elevar a qualidade do Ensino Básico e do Ensino Médio, universalizando a educação efetivamente e não apenas no texto da Lei, mas nas práticas oferecendo oportunidades semelhantes  a todas as crianças e a todos os jovens brasileiros.Findos 12 anos do início do pacto, todas as crianças teriam, sido preparadas ou, pelo menos, teriam sido oferecidas a estas crianças as oportunidades semelhantes para o ingresso democrático nas Universidades. Neste período emergencial e de vigência do Pacto Nacional pela educação, as cotas, com o objetivo de tentar reduzir as injustiças históricas, seriam “toleradas”.
  Os “pontos de partida” e as experiências sociais diferenciadas produzem em nosso país a adoção de perspectivas e resultados educacionais diferentes. Os governos futuros em conjunto, com empresários e sociedade civil deverá discutir o futuro educacional desse país formando o Grande Pacto na educação para se promova a justiça social e a elevação do nosso sistema educacional a patamares dos principais países do seleto grupo chamados de PRIMEIRO MUNDO. Enquanto não exista tal preocupação ou que as ideias e discursos saiam do texto, as cotas deem ainda serem vistas como algo integrador e, sobretudo, uma forma positiva de ao menos reconhecer o débito histórico com uma grande parcela de nossa sociedade.