quinta-feira, 23 de março de 2017

Educação Pública - Máquina destruidora de sonhos



No ano de 2016, investimos cerca de 5% do PIB em educação, mas porque esse investimento não traz nenhum retorno. Conseguimos colocar 98 % das crianças nas escolas, mas quanto mais frequentam a escola, parece que menos sabem.
Na verdade, não é quantidade que deveria contar e sim, a qualidade, qual o tipo de ensino essas crianças recebem hoje.... Nenhum. Nos preocupamos em coloca-las na escola, mas não nos preocupamos com o que estão aprendendo de fato, o que estamos concedendo a elas. Na verdade, estamos tirando delas, tirando um direito garantido pela nossa Constituição, que é uma educação de qualidade e não de quantidade.
Aprendem os seus diretos, mas não aprendem que tem deveres a cumprir, deveres que cabem unicamente a elas, deveres que deveriam ser ensinados pelas famílias, mas que infelizmente não tem tempo para garantir o aprendizado delas, existe tempo apenas para garantir que o bolsa família não deixará de cair na conta, afinal quem se importa se elas sabem ler ou escrever direito, ou se sabem fazer uma simples conta matemática. Não preparamos nossas crianças para coisa alguma. Pois, na escola ensinamos que todos são iguais, incluímos, mas ao mesmo tempo excluímos, pois não fornecemos condições para que a inclusão ocorra de fato. Temos a educação da permissividade, mas não queremos indisciplina, enfatizamos  que todos tem os mesmos direitos, mas onde ficam os deveres, o respeito, ordem e disciplina...
Não ficam, são completamente desconhecidos por elas, simplesmente porque as ensinamos que não tem problema se não fizer a tarefa, não tem problema, se estudar, no final das contas você será promovida. Fingimos não viver em uma sociedade meritocrata, mas quando saem da escola descobrem que o mundo lá fora, não é como lhes ensinaram. Descobrem que não sabem nada, que passaram anos sendo enganadas, pois não conseguirão alcançar seus sonhos, sem seus próprios méritos...
E para onde vão esses sonhos, se desfazem como areia na palma da mão, com uma política educacional, liberal e falida que não  educa, mas sim deseduca, que não ensina a ter responsabilidade, que transforma sonhos em pesadelos, pois é muito frustrante ver seu direito  de aprender, sendo  tolhido porque a pratica educacional, não  te incentiva em  nada, não ensina a ser um cidadão com senso crítico, consciente e detentor do conhecimento que liberta e que transforma vidas ,e dá o direito de sonhar... e alcançar seu  sonho.
 Já passou da hora, de parar de fingir que nos preocupamos com educação, e realmente dar educação, já passou o tempo de dizer que todos recebem uma educação de qualidade, pois sabemos muito bem que isso não é real, se fosse e se acreditássemos nisso, não precisaríamos das cotas, pois todos conseguiriam de batalhar por uma vaga de igual forma. Precisamos assumir que as universidades públicas não são para os mais humildes, pois sabemos que eles não tem a menor chance, em um vestibular com a educação que recebem.
Está na hora de acordar dessa utopia que é a educação no Brasil, e assumir de verdade, que não oferecemos uma educação de qualidade, que não somos um país de todos, que não somos uma pátria educadora, assumir que nossa educação é uma máquina destruidora de sonhos.

Elaine Rosso Ribeiro.




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