sábado, 25 de maio de 2019

A "vagabundização" do professor brasileiro.


Ocorre em nosso país um fenômeno que dilacera a educação brasileira, uma visão silenciosa e compartilhada secretamente, poucos percebem e está incrustado na alma de parte de gestores, funcionários ou professores alienados que de forma inconsciente acabam inferindo uma visão negativa sobre o perfil do professor, modificando o ambiente de trabalho de acordo com os seus projetos pessoais. Na maioria das vezes alguns profissionais, se esquecem de que são também professores, e acaba por conveniência pessoal aderir ao processo de “vagabundização do professor”, transformando totalmente o seu olhar ao outro profissional que compartilha os verdadeiros ideais da educação, deixando de se reconhecer como classe diminuindo a sua própria capacidade interpessoal em pensar e agir por si próprios.
       A ideia da “vagabundização do professor” é um modo de ver, pensar e agir sob a ótica da depreciação do professor relegando a sua imagem comparável à de um vagabundo, um ser amoral que deve ser vigiado, achincalhado quando pode, através de conversinhas e piadas, ou mesmo indiretas, Já podemos inclusive classificar tal detrimento dessa imagem como o pior dos assédios morais coletivos que os professores sofrem, e isso ocorre em diversas unidades escolares e sistemas de ensino desse país, em grande parte nas escolas públicas. A “VAGABUNDIZAÇÃO” do professor está inserida no cotidiano e já ultrapassou o limite e talvez já não tenha uma solução eminente pelo fato de tal ideia estar já enraizada, porque ela já está implementada e repetida simplesmente porque tais ações são repetidas no dia a dia ou na semana anterior.
      Segundo tal visão, os seus adeptos “aparelhados” em diversos cargos, acabam por através de invariadas ações diminuir as verdadeiras representações do professor como aquele que é a ponde para o saber, aquele que inspira aquele que deixa uma grande marca na vida de outro ser, aquele que compartilha seu conhecimento para a construção de um ser que precisa se desenvolver frente à cidadania, aos desafios da vida e a entrada ao mercado de trabalho. Os seguidores da “vagabundização do professor” jamais reconhece ou incentiva as suas principais funções, pois, prefere enxergar sempre o professor como um problema e um folgado. O que esperam essa corrente depreciativa e nociva na educação? Relegar o professor a uma mera babá, mediador de conflitos e que de preferência não carregue problemas aos seus espaços de trabalho.
    Os seguidores e adeptos da vagabundização do professor normalmente já saíram das salas de aula, porque simplesmente as odeiam, porque pretende dar outros saltos. O ódio e o desprezo aos alunos são velados, intrínseco, sob o manto da hipocrisia que é outra característica dos defensores e apoiadores da “vagabundização do professor” se apegam nas estatísticas, na legislação e lá onde encontram as bases do seu domínio. O que desejam? Que apenas os alunos tirem 5 , para não dar trabalho. O que foi feito? Bem isso não é apreciado por essa parcela de pseudoprofessores. Não desejam problemas e o seu tempo é quase que exclusivamente a leitura de maravilhosos e detalhados textos, que além de bem estruturados passam distante da realidade das escolas públicas desse país. Os defensores e apoiadores, mesmo que veladamente, da “vagabundização dos professores” gostam de decorar editais de concursos e estar por dentro das inúmeras resoluções malditas que só servem exclusivamente para atrapalhar a vida cotidiana do professor.
   A corrente secreta da “vagabundização do professor” se divide em dois grupos: a primeira é orgânica  e está inserida em altos quadros da educação e estão aparelhados em diversos cargos de poder, esse primeiro grupo joga e alia aqueles grupos que pretendem sucatear a educação pública. São altamente ideológicos e age para deteriorar, precarizar a educação brasileira. O segundo grupo, é aquele que transformou se em verdadeiras marionetes do sistema, são aqueles que acabam fazendo o jogo sujo do primeiro grupo, são aqueles que de certa forma tomaram horror do caos causado pelo primeiro grupo e acabou de certa forma, desacreditando que a educação é transformadora e que vale a pena lutar por ela. Agem como verdadeiros lobos, cujas alcateias dilaceram, como disse, materializando o jogo sujo do primeiro grupo. Não há qualquer consciência, há interesse pelas miseras migalhas que os integrantes do primeiro grupo os permitem devorar para que sejam seus aliados.
     Diga-se de passagem, que ambos os grupos não gostam de trabalhar, ter problema ou resolver situações desafiadoras. Preferem se atentar a circulação dos estudantes no corredor, impedir que as crianças se machuquem (não pensem que é preocupação com o ser, apenas para que os responsáveis não o façam trabalhar) e é lógico, por na conta do inócuo profissional que já tem tantos desafios e trabalho. O que seria um professor bom na visão desses grupos apoiadores da “vagabundização do professor”? Que o professor seja nada mais do que boas babás. Não há interesse pelo aprendizado nunca e sim pela ordem, aquela ordem que não trará problemas “dores de cabeça” leia-se trabalho a resolver. Eles não gostam de trabalho, apenas o dinheiro que recebem a única preocupação. Sim, são mercenários em número e grau.
   Ambos os grupos, não gostam e não acreditam na educação, apenas se servem dela e de seus cargos. São alcateias cretinas que se alimentam do caos criado pelos inúmeros governos criminosos e amorais que tivemos por longos anos, em especial os estaduais. O que vemos? Crianças analfabetas passando de ano com 10 /11 e 12 anos, alguns, chegando à maioridade sem qualquer competência leitora e escritora. Não codifica e muito se quer conseguem realizar leituras além dos códigos escritos. E o que fazem os amantes/adoradores/seguidores da “vagabundização do professor” se esconde, ameaçam e oprimem  aqueles que mesmo com um giz e lousa os inócuos professores, poderiam transformar a realidade da educação no Brasil e como fazem isso? Através do silêncio covarde, da omissão e de leituras de inúmeras resoluções infelizes e irrelevantes, que por sinal sempre vem de cima para baixo sem qualquer participação do professor.




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